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Bibliotecários do Reino Unido obrigados a retirar livros LGBT+

Publicado por: a 21 de Agosto de 2024

A investigação foi realizada pela Index on Censorship, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a liberdade de expressão, cujas conclusões estão publicadas na sua página de Internet.

Em alguns casos, a censura partiu de queixas de pais, mas noutros tratou-se de uma decisão das direções de escolas com cariz religioso.

Em consequência desta situação, muitos bibliotecários relatam medo de represálias e até de autocensura, hesitando em adquirir livros que possam ser polémicos, fenómeno que reflete uma crescente polarização na sociedade, com paralelos observados nos Estados Unidos.

Segundo aquela organização, 53% dos bibliotecários escolares do Reino Unido inquiridos afirmaram que lhes tinha sido pedido para retirar livros, sendo que mais de metade desses pedidos provinha dos pais.

Destes, 56% retiraram o livro ou os livros em causa, entre os quais se incluem títulos como ‘This Book Is Gay’, de Juno Dawson, ‘Julián is a Mermaid’ (editado em Portugal pela Fábula com o título ‘O Jaime é uma Sereia’), de Jessica Love, e o livro ‘ABC Pride’, de Louie Stowell, Elly Barnes e Amy Phelps, bem como muitos outros títulos com conteúdo LGBT+.

Os livros de banda desenhada japonesa (‘manga’) foram também retirados de algumas escolas, devido à perceção da sexualização das personagens, enquanto outros livros foram retirados na sequência de queixas sobre conteúdos explícitos ou violentos.

Entre os vários casos relatados pelo Index on Censorship, de bibliotecários que tiveram de retirar das prateleiras e encaixotar livros de temática LGBT+, conta-se o de uma bibliotecária que em 2023 foi convidada a recolher essas obras e que, perante a súbita necessidade de purgar a biblioteca deste conteúdo, a única coisa que lhe foi dita foi que um pai tinha feito queixa sobre um livro.

A bibliotecária em causa, que falou sob anonimato ao Index, confessou que desde esse episódio se sente nervosa, “assustada e intimidada” em relação à compra de livros específicos para a biblioteca, e um grande afastamento do entusiasmo inicial que tinha pela criação de uma coleção inclusiva e diversificada.

A amostra global do Index “era pequena” – apenas 53 bibliotecários escolares responderam ao inquérito -, mas não foi o único elemento considerado para estas conclusões, revelou a organização, adiantando ter por base também uma recolha de vários “relatos de bibliotecários e das organizações que os representam” e um inquérito realizado em 2023 por um instituto ligado às bibliotecas, que revelou que um terço dos bibliotecários de bibliotecas públicas também tinha sido instado a retirar livros.

Segundo o Index, “mais preocupante ainda é o facto de parecer existir muita autocensura – os bibliotecários não fornecem livros por receio de entrarem em conflito com os pais ou com superiores hierárquicos, em escolas religiosas ou com uma comunidade escolar religiosamente conservadora”.

As conversas recentes sobre proibições de livros têm-se concentrado fortemente nos EUA, onde o último relatório da American Library Association (ALA) mostra que os pedidos de proibição de títulos aumentaram 65% em 2023 em relação ao ano anterior.

“São 4.240 livros diferentes que estão a ser visados. Há uma razão para sabermos tudo isto – os dados estão a ser recolhidos. No Reino Unido, não existe equivalente à lista da ALA. Ocasionalmente, surgem histórias de censura nas bibliotecas, mas apenas quando a história é suficientemente interessante para chegar aos ‘media'”, indica a Index on Censorship, acrescentando que quase todos os bibliotecários escolares que aceitaram falar fizeram-no sob anonimato, por receio de perder o emprego.

Em contracorrente, muitos bibliotecários estão a lutar proativamente pela liberdade de ler, chegando a olhar para as listas de livros proibidos que saem dos EUA e a escolherem-nos ativamente para as suas bibliotecas.

fonte: noticiasaominuto/2024


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